
Toda a Igreja católica invoca Nossa
Senhora como “Rainha”, bem como muitas nações e povos. “O seu ‘reinar’ é
servir! O seu servir é ‘reinar’!” Dessa forma deveria ser entendida a
autoridade, tanto na família, como na sociedade e na Igreja. “O ‘reinar’ é
revelação da vocação fundamental do ser humano, enquanto criado à ‘imagem’
d’Aquele que é Senhor do céu e da terra, e chamado a ser em Cristo seu filho
adotivo”. O homem é a única criatura querida por Deus por si mesma e este não
pode se encontrar plenamente a não ser no sincero dom de si mesmo (cf.
Constituição Pastoral Gaudium et
Spes, 24).
O materno reinar de Maria é dom
sincero de si mesma, fazendo-se dom para o seu Filho com todo o seu ser. Ao
fazer-se dom para o Menino Jesus, ela tornou-se também dom para os filhos e filhas
de toda a humanidade. Mãe de todo gênero humano, Nossa Senhora gera uma
profundíssima confiança em quem a Ela recorre para ser guiado pelos caminhos
difíceis da vida até seu próprio destino definitivo, o Reino dos Céus. “Cada um
chega através das etapas da própria vocação a esta meta final, uma meta que
orienta o empenho na história tanto do homem como da mulher”.
O dom da maternidade da Virgem Maria
ilumina toda a vida da mulher, especialmente daquela que é mãe. Como todo ser
humano, a mulher que é mãe se realiza quando transforma o seu reinado em
serviço de amor, quando esta procura realizar bem a tarefa que lhe foi confiada
por Deus e, ao mesmo tempo, vive esse serviço como um reinado, revestido de
toda a dignidade. Como um pai não se realiza plenamente sem exercer bem o seu
ser pai, a mãe também não se realiza plenamente sem ser uma boa mãe. O imagem
perfeita da mulher, especialmente daquela que é mãe, se realiza plenamente em
Maria e exprime bem o ser da Igreja, enquanto comunidade consagrada. Pois Nossa
Senhora, consagrou-se totalmente, com um coração virgem, para ser esposa de
Cristo enquanto membro da Igreja, e mãe de todos os fiéis.
Ao final desta reflexão sobre a
figura materna de Maria, agradecemos a você mãe, com as palavras do saudoso
João de Deus, por acolher o dom da maternidade que lhe foi dado por Deus:
“Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano na alegria e no
sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de Deus pela
criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos, amparo do
seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida”.
Olhando para a fecundidade da
maternidade consagrada da Virgem Santíssima, fazemos nossas as palavras de João
Paulo II, dirigidas às mulheres consagradas: “Obrigado a ti, mulher-consagrada,
que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado,
te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a
humanidade inteira a viver para com Deus uma resposta ‘esponsal’, que exprime
maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura”.
Por fim, fazendo eco às palavras do Beato João Paulo II, manifestamos nossa particular
gratidão às mulheres empenhadas nos mais diversos setores da educação e da
saúde. Nos dirigimos a você mulher, que exerce sua vocação de mãe nos
berçários, pré-escolas, escolas, universidades, instituições de assistência
social, paróquias, associações e movimentos. “Onde quer que se revele
necessário um trabalho de formação, pode-se constatar a imensa disponibilidade
das mulheres a dedicarem-se às relações humanas, especialmente em prol dos mais
fracos e indefesos”. Nesse trabalho, vocês realizam a maternidade afetiva,
cultural e espiritual, de valor realmente inestimável para o desenvolvimento da
pessoa e o futuro da sociedade. Nos voltamos com gratidão para todas as
mulheres que trabalharam, ou que continuam seu serviço no campo da saúde, não
somente nas instituições sanitárias bem organizadas, mas também nas que estão
em circunstâncias muito precárias, como nos países mais pobres do mundo, dando
um testemunho de disponibilidade que chega, não raramente, ao martírio.
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