Falta pouco mais de
um mês para a visita do Papa Francisco à ONU em Nova Iorque. O Santo Padre fará
um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 25 de setembro. A
visita está sendo muito esperada, principalmente diante do impacto que sua encíclica
sobre meio ambiente – Laudato Si – está tendo na comunidade internacional.
O
observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Bernardito Auza, cita como um
indicador da grande expectativa para a visita o número de pedidos de bilhetes
para participação na audiência com o Papa. “Diria que na ONU falamos disso
todos os dias e já tive encontros com o Protocolo para ver como responder da
melhor maneira possível a tantas expectativas e pedidos de poder ver, mesmo que
de longe, o Santo Padre. Um grande acontecimento, também para a ONU”.
O
arcebispo comenta ainda a repercussão que a encíclica do Papa sobre meio
ambiente teve na ONU e na comunidade internacional. O documento, diz ele,
suscitou grande interesse das Nações Unidas; nas negociações
intergovernamentais da agenda pós 2015 sobre desenvolvimento sustentável,
muitas delegações citaram a encíclica, que foi muito bem acolhida pela ONU.
A
encíclica de Francisco pede um novo modelo de desenvolvimento econômico, mais
atento aos pobres e à defesa do ambiente, ligando esses dois âmbitos. O Papa
chegou a receber algumas críticas por isso, mas Dom Auza contou que, escutando
as intervenções de vários países-membros da Organização, percebeu uma crescente
consciência sobre a importância de uma economia mais integral, como descreve o
Papa.
“Esse
apelo de nos afastarmos de um desenvolvimento econômico baseado apenas no PIB;
esta não é uma economia que apoia o desenvolvimento sustentável; eis a força
deste apelo para uma economia mais atenta aos pobres, à ecologia, é justamente
o espírito que a ONU quer colocar no centro da Agenda sobre desenvolvimento sustentável
até 2030”, declarou.
Em
novembro, o tema do meio ambiente estará novamente no centro das atenções por
ocasião da Conferência sobre Clima, a ser realizada em Paris. Dom Auza acredita
que as palavras do Papa Francisco terão lugar nas decisões que serão tomadas a
respeito. “Eu penso, também falando com as delegações, que a inspiração – e eu
diria mesmo – a filosofia, a teologia moral que move os Estados, homens e
mulheres a alcançar um acordo, o Papa já as deu nesta encíclica”.
Por Canção Nova, com Rádio
Vaticano em italiano
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