O Papa discursou à sociedade civil boliviana na Catedral de La
Paz no início da noite desta quarta-feira (08/07). Retomando diversos pontos da
sua recente encíclica, Francisco convidou os presentes a refletirem sobre uma
ecologia integral que considere o homem e a natureza numa relação plena e
recíproca. Sobre a questão de uma saída para o mar para o território boliviano,
o Papa pediu diálogo: “Devemos construir pontes, em vez de erguer muros”, defendeu
o Pontífice.
Ao falar da sutil linha que
separa as definições de “bem comum” e “bem-estar”, o Papa exortou os presentes
a saírem de si mesmos e usarem obras de caridades cristãs para expandir o bem
comum.
“Pelo contrário, o bem comum
é algo mais do que a soma de interesses individuais; é passar do que “é melhor
para mim” àquilo que “é melhor para todos”, e inclui tudo o que dá coesão a um
povo: metas comuns, valores compartilhados, ideais que ajudam a levantar os
olhos para além dos horizontes particulares”.
Francisco reforçou ainda que
os atores sociais têm a responsabilidade de contribuir para a construção da
unidade e o desenvolvimento da sociedade.
“A liberdade é sempre o campo
melhor para que os pensadores, as associações de cidadãos, os meios de
comunicação desempenhem a sua função, com paixão e criatividade, ao serviço do
bem comum”.
A fé não é subcultura
Sobre o papel dos cristãos na
sociedade, o Papa recordou que a fé é uma luz que não encandeia nem perturba –
as ideologias que encandeiam, precisou Francisco – mas ilumina e orienta no
respeito pela consciência e a história de cada pessoa e de cada sociedade
humana.
Destacando que oO
cristianismo teve um papel importante na formação da identidade do povo
boliviano, o Papa sublinhou que “a liberdade religiosa – tal como é entendida
habitualmente no foro civil – lembra também que a fé não se pode reduzir à
esfera puramente subjetiva, não é uma subcultura”.
Saída para o mar
Sobre a questão territorial
entre Chile, Peru e Bolívia, Francisco afirmou que hoje é indispensável o
desenvolvimento da diplomacia com os países vizinhos, que evite os conflitos
entre povos irmãos e contribua para um diálogo franco e aberto dos problemas.
“Penso na saída para o mar.
Diálogo: é indispensável. Devemos construir pontes, em vez de erguer muros.
Devemos construir pontes, em vez de erguer muros”, frisou o Pontífice.
Leia a íntegra do
discurso.
Por Rádio Vaticano
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