Há
quem entregue a vida por causas pequenas, como a roleta russa, o exagero do consumo
de drogas, a pressa em chegar ao destino desobedecendo às leis de trânsito, a
violência e outros. No entanto, dar a própria vida para salvar vidas é fazer-se
grande por grandes causas. O exemplo absoluto do sacrifício extremado de si é a
doação total de Cristo pela humanidade.
Nenhum ser humano é capaz de
transpor o abismo de si em relação ao infinito divino. Ninguém tem o poder,
mesmo algum fundador de religião, de dar a vida eterna feliz para alguém. Só
Deus o tem. O filho dele mostra que a salvação da humanidade se encontra na
doação de si pelo bem do semelhante. Baseados na pessoa e na palavra dele,
aceitamos tal desafio. Daí se origina a salvação da humanidade. Teremos, então,
mais solidariedade, compaixão, justiça e fraternidade. É a recomposição da
possibilidade de vida digna no planeta, tão querida por Deus. Ele é o Senhor da
vida e nos ajuda a tê-la de modo realizador para todos. Basta sermos obedientes
e imitarmos a doação total do Filho de Deus!
Nosso maior aliado na
caminhada terrena é o próprio Criador. Além do dom da vida, Ele nos favorece
com graças especiais, como a inteligência e outras capacidades para vivermos
colocando tudo a serviço de todos. Quando não o fazemos, embora acumulemos
recursos culturais e materiais, tornamo-nos egoístas e estragamos os meios que
deveriam ser de benefício comum. Todo tipo de violência, como a doméstica, as
sociais, o uso de cargos públicos e da política para o benefício escuso de
minorias privilegiadas, faz-nos prejudicar a todos e a nós mesmos. Há quem
realize danos aos outros e não percebe que a vida vale não para se ter mais do
que os outros, mas para mostrar a grandeza de caráter de quem dá de si para
beneficiar a todos. Ninguém vai levar nada para a vida eterna, a não ser a
própria personalidade marcada pela bondade, justiça e amor ou, ao contrário, a
marca de quem não viveu como gente humana!
Quem se condiciona
positivamente para realizar na presente vida os ditames divinos, terá sua
marca, conforme diz o profeta: “Imprimirei minha lei em suas entranhas e hei de
inscrevê-la em seu coração” (Jeremias 31,33). O próprio Jesus vai à
nossa frente, indicando o que fazer da vida para ela ser frutífera e promotora
do bem. Ele afirma ser necessário o grão de trigo ser enterrado e morrer para
brotar e da vida nova (Cf. João 12,24). Assim, quem morre para si em vista de
produzir o bem, dando vida aos outros, encontra o sentido para a existência e
se realiza justamente em comunicar o amor que beneficia sempre o semelhante.
Hoje, para superarmos a violência produzida pelo egoísmo, precisamos nos
converter para a alteridade, em que se pensa mais no bem comum. Para isso,
precisamos despertar a consciência de todos para serem grandes no caráter
e mais solidários com os que sofrem por causa do mau uso dos encargos pessoais
e sociais!
Nenhum comentário:
Nenhum comentáriosObservação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.